
Estamos 3 na foto mas costumamos ser no mínimo 4. Faltam muitos mais. Uns estão longe outros já por cá não estão.
“Domingo é dia Santo”, diziam eles enquanto comiam o guisado de borrego com batata cozida e bebiam vinho da talha branco.
A toalha da mesa era sempre “a melhor toalha da casa”, os pratos eram a loiça que se utilizava no natal e nos aniversários, os talheres o mesmo.
As migalhas de pão espalhavam-se por toda a mesa, os guardanapos voavam da mesa para o chão enquanto se partilhava a refeição.
Éramos muitos, unidos. Agora somos menos, estamos separados e uns mais longe do que outros.
Os tempos mudaram. Nós mudamos e iremos continuar a mudar. O ser humano tem esta flexibilidade imensa de se adaptar a todas as circunstâncias.
Apesar de tudo, a ausência sente-se e tenta-se preencher o vazio, preencher o tempo e o espaço de outras formas.
Mas é sempre tudo diferente, porque tudo muda inclusive nós mesmos.
Do passado guardamos as melhores recordações, para o futuro só poderemos esperar o melhor e criar novas memórias.
Mesmo que tudo seja diferente, mesmo que sejamos e estejamos diferentes, que nos tenhamos uns aos outros.
Isso é quanto basta.