Porque a Comunicação é a base de tudo

Estaremos nós no passado? 

Não???

É que por vezes é mesmo isso que parece. 

Já perdi a conta à quantidade de falhas de comunicação que encontro neste ano de 2020, e que mais parece que voltei a 1995 e o telefone fixo ainda funcionava como deve de ser e quem conseguia ligava-se à internet. 

Sei que o que vou dizer vai ser estranho, contraditório ou até intransigente, mas merda! 

Há dias tive uma entrevista de emprego que eu não percebi bem qual o objectivo da empresa, muito honestamente.  

Não percebi se queriam um Designer Gráfico ou um Marketing Manager. No meu entender queriam uma pessoa multi-funções. Um chamado de “pau para toda a obra”. 

Tirando este pequeno grande detalhe, ficou-me uma outra coisa entalada. Um exercício. 

“ – A Ana há de realizar um exercício. Só para nós esclarecermos se sabe realmente trabalhar com o que diz fazer tão bem.” 

Como se a Ana fosse burra, ignorante, mentirosa e aldrabona. 

Como se tivesse que provar que sei realmente fazer o que acabai de dizer que fazia. Como se a minha palavra não fosse suficiente. Enfim… 

Prova prática à parte… 

Ligaram num fim de tarde a perguntar se poderia deslocar-me a Lisboa à empresa para falar com um superior no dia a seguir. 

Ao que prontamente respondi e sem qualquer tipo de impedimento, disse que sim. 

  • Claro. Posso ir a Lisboa. Só lhe peço é que não seja logo às 9h da manhã que tenho uma viagem para fazer. Estou a cerca de 2 horas de caminho. 

Algo que não é nada demais. É normal. As pessoas não estão todas a metrópole. Há mais Portugal do que Lisboa e Porto. 

  • Ahh? Então e depois como é que a Ana vem trabalhar? 
  • Então? Alugo uma casa e vou trabalhar para Lisboa? 
  • Ahh. Está bem. Deixe-me falar com o meu superior para lhe por a par desta sua situação. 

Mas aquela pessoa achava que eu iria para Lisboa como? Iria de carro de burro todos os dias? Iria de jacto privado? Iria a pé? Que raio. Até algo tão simples se tornou complicado e duvidoso. E sem eu ter qualquer tipo de dúvida ou receio em mudar de vida assim tão prontamente. 

Ligas-te tu? Assim ligou aquela pessoa. Até hoje estou à espera da chamada de retorno. 

Sei que não a vou ter.

Sei que poderia ter ligado. Mas iria adiantar de quê? 

Poderia no dia seguinte ter enviado um email, uma mensagem para o telemóvel. Qualquer coisa. Felizmente estamos no século XXI e temos várias formas de ser contactados. 

Mas não fui. 

Nem irei ser contactada. 

E muito honestamente… Também não quero ser contactada. 

Mas o que esta empresa se esqueceu, é de algo que é tão básico, tão comum, que num futuro próximo, esta empresa terá perdido pelo menos mais um cliente. Terá perdido mais 10, 20, 30 ou mais clientes. 

Por não terem comunicado. 

As pessoas apreciam e muito a honestidade. Porquê colocá-la em causa? 

Se isto aconteceu comigo, imaginem o que terá acontecido com outras tantas pessoas? 

Não faz sentido as empresas comunicarem de uma forma com os clientes e de outra (ou nenhuma neste caso) com os futuros colaboradores. 

Se eu não poderia ser futura colaboradora poderia ser futura cliente. Mas não o serei. E cada vez que me perguntarem sobre aquela empresa, irei dizer exactamente o que aqui escrevi. E não irei recomendar. 

Pelo simples acto de não comunicarem, perderam clientes. Ainda por cima, na sua forma mais básica de fazer marketing. 

Quando eu digo que a comunicação é a base de tudo não estou a brincar. A comunicação é o que leva as pessoas e as empresas a crescer, a evoluir. 

Porque comunicar é a base da sociedade. Não importa a forma, não importa o meio. Importa é comunicar e se for com honestidade melhor ainda. 

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